O maior
motivo para a postagem desta semana não ter saído na segunda-feira é, sem
dúvida, a minha desorganização. Porém, a medalha de prata, muito lá atrás, é
preciso admitir, vai para uma indagação que certamente já passou pela cabeça de
algumas pessoas que acompanham meus textos: será que não estou expondo
exageradamente a minha vida, a minha família e, principalmente, o meu filho?
Depois de
muito matutar e remoer. Depois de reler um texto ou outro. Depois de passar
horas comparando meu blog com outras crônicas da vida íntima, escritas por
outras pessoas, cheguei a uma conclusão nada alentadora: sim, estou.
Não há
complementos para a resposta. Ela é absoluta, finita e incômoda. Sim, estou. Não sei se isto é bom, mas
também não sei se é ruim. Não tenho ideia se daqui a algum tempo estarei
satisfeito por ter registrado esta fase única ou se serei mais um na multidão
de arrependidos. O fato é que, enquanto instintivamente grande parte dos pais e
mães escondem suas crias, eu exponho o meu bem mais valioso para quem quiser
ver, feito joia em uma vitrine, protegida apenas por uma fina – e quebrável –
lâmina de vidro.
A verdade é
que o texto que eu publicaria nesta segunda está pronto há dias (sempre sujeito
a últimos retoques, é verdade, por causa do meu incontrolável hábito de nunca
achar que tenho o resultado final), mas faz parte de um pequeno grupo de
pensamentos que hesitei em compartilhar. É que não foram palavras simples de
expelir: foram agressivas. E tocam em um assunto muito difícil para qualquer pai
e mãe – será que o seu filho é realmente um ser especial?
Bem, não
gosto de suspense que não revela o criminoso. Então, mesmo sem ter certeza se é
um texto saudável ou não, decidi que devo publicar. Talvez um dia eu me
arrependa, talvez logo discorde das minhas próprias ideias. Mas pensando bem, este
blog nunca existiria se eu fosse guiado pelo medo de errar.
Lá vai.
*
Para falar a verdade
Para falar a verdade
Para falar
a verdade, você não tem nada de especial. É como os outros. Mais um na
multidão. Um número no ciclo da vida. Como todo ser humano, pouco mais do que
um animal.
Para falar
a verdade, você não tem nada de especial. Nem mesmo pelos cabelos que viram
para o lado, nem mesmo pelos dedos gordinhos das mãos. As suas lágrimas são salgadas.
O seu sangue é vermelho. Não há nada de muito específico. O habitual.
Para falar
a verdade, você não tem nada de especial. Precisa de água pra viver. Precisa de
ar pra respirar. Precisa dos outros. Precisa de amor. Natural.
Para falar
a verdade, você não tem nada de especial. Acorda dezenas de vezes por noite.
Suja as fraldas como toda criança. Treme de frio. Grita de dor. De fato, você
tem um cheiro inebriante, mas isto todos os bebês têm. É o usual.
Para falar
a verdade, você não tem nada de especial. Exceto, talvez, quando percebe que
cheguei em casa e, mesmo sem saber se virar para mim, fica petrificado,
prestando atenção em minha voz, esperando meu beijo, como se já soubesse o que
está por vir. E depois de beijado, me olha nos olhos, com a boca entreaberta e um
meio sorriso. É o nosso cumprimento. Quase um ritual.
Para falar
a verdade, você não tem nada de especial. A não ser quando começa a rir antes
mesmo de eu terminar de tirar a sua roupa para tomarmos banho. E ainda no meu
colo, olha fixo em direção ao banheiro, onde a água já cai do chuveiro e nos
aguarda, morna. Você abre o seu melhor sorriso aos primeiros respingos. Testa a
água com a palma de uma das mãos e se encolhe sobre mim, em arrepios.
Mergulhamos, conversamos, brincamos mais do que nos lavamos. No fim, entrego
você para sua mãe, que o abraça pelas costas com a toalha e é recebida às
gargalhadas, não sabemos ao certo se de cócegas ou de felicidade. Realmente um
banho como outro qualquer. Sem dia marcado. Casual.
Para falar
a verdade, você não tem nada de especial. A não ser pelo fato de andar na bicicleta que eu te dei sem ter a menor
ideia da função de um pedal. Reclama do sol na cara. E olha para cima,
hipnotizado, quando passamos pela sombra de uma árvore. Adora descidas, ainda
mais quando vamos rápido. E se paramos de empurrar, você bate as pernas com
impaciência, como se mandasse o seu cavalo seguir em frente. Um cavalo
verde-limão, é interessante notar. E sobre o qual às vezes você dorme, bem no
meio do passeio. Mas tudo bem. Não faz mal.
Para falar
a verdade, você não tem nada de especial. A não ser por divertir-se como nunca
quando faço o seu pinguim inflável girar na sua frente. Ou por sorrir toda
santa vez que imito um animal, especialmente o cavalo, o dinossauro e o tubarão.
Por sentar no meu colo com os olhos arregalados, e segurar o meu rosto com as
mãos, e ficar balançando a minha cara para os lados, como se eu fosse uma bola.
A expressão no seu olhar, não tem igual.
Para falar
a verdade, você não tem nada de especial. A não ser por ter-me feito sofrer de
um jeito que jamais pensei que pudesse aguentar. E por ter-me feito repensar
toda a minha a vida. Por ter redimensionado a importância das coisas realmente
fundamentais, como a saúde, a família e o trabalho. E por ter-me obrigado a voltar
a ficar em pé, para ter condições de te criar.
Para falar
a verdade, você não tem nada de especial. A não ser por me fazer mais feliz do
que jamais pude imaginar, mesmo sem ter a menor ideia de quando você será capaz
de me chamar de pai. Mesmo sem saber se um dia você conseguirá andar. Mesmo sem
ter o direito de saber o que esperar de você. E ainda assim, todos os dias,
esperar.
Nada de
especial. A não ser por ter tirado os meus olhos do amanhã. E de ter feito eu
aproveitar um pouco mais de cada dia que vivo.
Nada de
especial. A não ser por ter os olhos mais doces que já vi.
Realmente,
nada de especial.
A não ser
por este detalhe que é ser uma criança com necessidades especiais.
E por ser
impossível, impossível de não amar.
Impossível fazer um comentário...o coração não deixa....beijos pra vcs, Ivana
ResponderExcluirbeijo
ExcluirFábio, não fique preocupado se vc está ou não fazendo a coisa certa. Pense que vc está fazendo o que tem vontade de fazer. Quem sabe se no futuro vc vai ou não se arrepender? Viva um dia após o outro e lembre-se sempre que eu falo que não devemos sofrer por antecipação. Sabe, depois que mudaram o nome p/ "pessoas c/ problemas especiais", o significado de especial passou a ter um sentido mais de anomalia, mas não podemos deixar de lembrar que especial é uma coisa muito boa tb!!! Qd a gente prepara um prato especial, qd a gente compra um presente especial p/ alguém e levando em conta esse significado, tds nós somos especiais p/ alguém e vice e versa. Não fique tão ansioso querendo saber qd seu filhinho vai falar papai ou qd ele vai andar. Td tem seu tempo e ele tem o dele. Sou uma pessoa que gosta muito de ver o outro lado da história. Pense que os pais daquela menininha de apenas 4 anos, que morreu qd uma barra do balanço caiu sobre ela, estão sofrendo muito mais do que vc e td sua família, esse é apenas um exemplo de muita coisa que acontece por aí. O Antonio é sim "especial" e especial, pois ele está aí, vivo e é fruto de um grande amor. Bj grande!!!
ResponderExcluirCléo, colocar as coisas na perspectiva certa é fundamental, como você bem lembrou (o caso da menina). Sempre tento fazer isso. Não existe mais ou menos sofrimento: existe o sofrimento. Não existe mais ou menos felicidade: existe felicidade. Não existe mais ou menos especial: existe especial. grande bj
ExcluirO Antônio fez de você um pai especial, disso tenho certeza.
ResponderExcluirObrigado.
ExcluirPrá falar a verdade, especial é todo mundo que sabe ser comum. Intimidade aberta nego, sem dúvida. A questão, é se você consegue conviver sem isso! A gente vai sentir falta, com certeza, se decidir fechar a página.
ResponderExcluirPágina aberta, Renato. Pelo menos por enquanto. Como está a Ana?
ExcluirAinda bem que li em casa. Tô chorando com esse relato. Bj. Camilla
ResponderExcluir:) Ainda bem que leu. Isto basta. bj
ExcluirQue texto lindo Fabio...
ResponderExcluirCom certeza, mais do que necessidades especiais, Antonio tem pais muito muito especiais... Um beijo grande para vc, Ana e Antonio :-) Agora que conheci seu blog, voltarei mais vezes! :)
Marcela, volte sempre. Toda segunda (ou terça, ou quarta... ando meio desorganizado) tem coisa nova.
ExcluirFabio, sempre q leio seus textos tenho tanto a dizer e comentar q acabo ficando sem palavras!!!!
ResponderExcluirParabéns pelo tanto q vc é especial! e por conseguir traduzir tão bem tantos sentimentos!
Ah fiquei curiosa pra saber como é a bicicleta! rsrsrsr! tem fotos?
Bjos em vcs 3!
Marina, vou marcar uma foto com teu nome no Facebook para vc ver. Bj
ExcluirCara, para falar a verdade, você tem algo de especial. É dessas pessoas que traduzem o coração em palavras bem escolhidas. Curti. Curti muito.
ResponderExcluirAté,
Giu Bergamo
Obrigado, Giu.
ExcluirSabe porquê ele é especial? Porque é teu filho. E é a criaturinha que você mais ama nesse mundo! E ainda te faz escrever coisas lindas e emocionantes, e compartilhá-las conosco. Um beijo grande para vocês. Mônica Leite
ResponderExcluirBeijo, Mônica
ExcluirLindo, Beatle.
ResponderExcluirThks. Saudades.
ExcluirNão há nada o que dizer. Mass a parte do banho é exatamente igual lá em casa! rs Não tem nada de especial! O Antônio e a Ana estão bem servidos.
ResponderExcluirExatamente! Esses momentos nada especiais que a gente não troca por nada. Tenho certeza que acontecem o tempo todo, em todas as casas. E tem gente achando a vida ruim. rs.
ExcluirQue coisa mais bela de se ler! =)
ResponderExcluirTb tenho um filho "especial", e coloco 'aspas' pq tenho outros 2 filhos e nunca entendi o pq deste termo ser usado e já questionei em meu blog algumas vezes. Digo para meus 3 filhos que todos são especiais, e sem romantizar, digo que meu Leo é deficiente, com todas as letras.
Especial é viver e conviver com as diferenças, é aprender com as dificuldades, e crescer com o sofrimento e ainda mais; aceitar a condição com amor e felicidade!
Parabéns pelo filhote e pelo blog.
Bjs!
Obrigado Mari. Compartilho 100% da sua opinião, mesmo sem ter outros filhos ainda. Um bj
ExcluirMari, acompanho teu blog a muito tempo mas nunca consegui postar, não sei como fazer... Você é uma super mãe e admiro muito a forma como vocês tratam as dificuldades com o Léo. Inclusive é por causa dos seus textos que hoje me indigno tanto quando vejo uma pessoa estacionando em vaga reservada. Beijos
ExcluirTão especial, qt um dia após o outro,onde em tds as casas,com tds os pais e filhos acontecem as mesmas coisas.
ResponderExcluirTds os filhos são especiais, pq seus pais tb são especiais,por amá-los, por cuidar deles, brincar e passear com eles.
O importante é fazer td com amor, com vontade de estar junto.
O que vai ser do nosso amanhã, quem sabe?? Ninguém, então, o certo, é aproveitar cd dia, cd minuto, vivendo,aprendendo e sendo feliz.
Um beijo especial pra vc,Fábio e seu lindo filhote.
O importante é fazer tudo com amor. Exatamente. bj
ExcluirNão, ele não é especial. Quem é especial sou eu. Claro! Por que eu ganharia de presente uma crônica como esta se eu não fosse especial? Muito obrigada por compartilhar!
ResponderExcluirAbraços!
Obrigado a você, Laura, por voltar aqui. bj
ExcluirChorei com o texto. Muito.
ResponderExcluirRealmente nossos filhos não têm nada de especial, a não ser por nos motivarem a cada dia a lutar por caminhos que só um filho pode proporcionar.
Parabéns Ana E Fabio. Não canso de repetir: ele é uma das crianças mais sorridentes que já vi.
Grande beijo
Camila Barth
Cazu, ele é muito sorridente mesmo. E a sua filha é uma gata. O Tom tá de olho. rs. bjão
ExcluirBelissímo texto... acho lindo essa sua atitude de tratar a deficiência do seu filho de uma forma tranquila e aproveitando cada momento sem se preocupar com os porques que aparecem durando todos os dias. Muita saúde pra vcs!!!! E Deus sempre presente!!!!! bjos
ResponderExcluirFlávia, tratando a deficiência de forma tranquila, a vida tem voltado a ficar boa. Não temos tempo pra ficar lamentando o que não pode mudar. Então estamos tocando para frente. E tem sido uma caminhada muito interessante. bj
ExcluirFábio,
ResponderExcluirConheci o seu blog há meses atrás, depois que você escreveu um texto para o babyblog. Desde então, venho toda a semana te acompanhar. Entendo perfeitamente essa sua sensação de que você está expondo demais a sua família. Eu mesmo nunca me aventurei a comentar por aqui por que acho tudo tão íntimo. Acho que só estou escrevendo por que ficaria chateada de o blog ser suspenso e eu não ter a chance de te dizer que eu acho um privilégio acompanhar esse seu processo terapêutico.
Tenho dois filhos que são um pouco mais novos que o Tom. Eles nasceram em março do ano passado. São crianças comuns, cada um com suas cadaunadas, como diriam os espanhóis. Embora eles não tenham necessidades especiais, posso me identificar com muitos dos seus questionamentos e aflições. Eles são universais, frutos das numerosas inseguranças que nascem na gente junto com os filhos. Então, antes que eu perca a oportunidade queria te dizer que você escreve muito bem e que é muito bom poder partilhar essa sua exposição. Faz com que eu me sinta uma mãe normal.
Marcela, obrigado pelo comentário. É íntimo mesmo. Porém, pensando bem, a maioria das intimidades colocadas aqui são na verdade, universais. Daí fica a questão: se todo mundo sente mais ou menos a mesma coisa, estou expondo minha vida ou simplesmente descrevendo o que observo da vida de todos nós (e que a maioria das pessoas, de uma forma ou outra, observa também)?
ExcluirLindo o texto!! Muito especial é o dom de ter filhos, cada dia é uma nova aventura e aprendizado. Beijo pra família!! Ah e linda a foto de vocês!!
ResponderExcluirObrigado, Grace. Bj
ExcluirFabinho, os especiais são vc e sua esposa que foram escolhidos para ser pais deste ser tão indefeso e que precisa tanto do carinho e atencao de vcs! A cada texto que leio seu, me emociono muito e agradeço por todas as bençãos recebidas até hoje em minha vida e vejo que para tudo na vida, a única coi sa que precisamos ter mesmo é o AMOR, amor ao próximo, amor ao que chamamos de NOSSO.. Arregace as mangas vc e sua esposa e encham o peito de prazer e de muito bom gosto de serem pais desta coisa LINDA que é o Antônio...
ResponderExcluirParabéns!!! Beijos, Adriana Nina
Obrigado, Nina. Minha mãe um dia me falou uma frase de um escritor, que agora me foge o nome: "Um pouco de amor já salva." Concordo plenamente. Bj
ExcluirFabio, espero anciosamente as terças. Seus textos me fazem um bem indescritível. Parabéns por ser assim....especial. Um cheiro no Antonio.
ResponderExcluirObrigado, Priscilla. Estou tentando voltar a me concentrar para soltar os textos ainda às segundas. Tá difícil, mas ainda não desisti. rs. bj
ExcluirOi, Fábio! Que bênção de Deus deparar-me com o seu blog neste fim de semana! Ainda que o Facebbok carregue o peso de “aproximar quem está longe e afastar quem está perto” (meu marido sempre me olha torto – e com razão! – quando vou para o computador dar uma passada de “5 minutinhos” no Facebook), foi através dele me conheci o seu blog – algum amigo meu curtiu um de seus textos e eu, curiosa, lá fui ver do que se tratava.
ResponderExcluirSinto-meprivilegiada por ter tido a oportunidade de conhecer a sua história e aprender com as suas palavras. E os seus textos me remeteram não só à epoca da UTI do meu Antonio (meu filho de 3,5 anos anos é xará do seu!) mas também a um livro que li e que me ajudou a colocar os demônios da UTI para fora (em tempo: o meu Antonio apenas passou pela UTI porque nasceu 2 meses antes do previsto – mas como você bem disse, sofrimento é sofrimento, não tem maior, não tem menor). Mas é justamente sobre o livro que eu quero comentar – por duas razões. A primeira, pelo seu conteúdo. Nunca imaginei que alguém pudesse traduzir em palavras sentimentos tão sofridos e doloridos de uma maneira tão sublime – definitivamente vale a leitura. E a segunda razão, pelo formato: você nunca pensou em transformar o seu blog em um livro? Já que Deus te deu o dom das palavras e a nobre atitude de dividi-las com as pessoas, por que não materializá-las em papel? Leia “Mãe de UTI – Amor Incondicional”, da Maria Julia Miele (se é que você já não a conhece!). E pense a respeito. :o)
Elizabete, que bom que resolveu bisbilhotar o blog. Certamente lerei o livro (tem uma pilha esperando na cabeceira, mas sempre vou adicionando as indicações logo abaixo). E quanto ao meu próprio, quem sabe em algum tempo. Não é a prioridade agora, mas é um desejo sim. Volte sempre.
ExcluirFábio, talvez sem pretensão, estás absorvendo um conceito do Modelo Social da Deficiência e isso é muito bom.
ResponderExcluirTom Tom é especial por ser teu filho, não por ter necessidades específicas. Ele é especial por ser um neto amado, um sobrinho querido... é especial pra mim e pra muitos leitores por aquilo que representa, não pela deficiência que possui, porque Tom Tom é, sobretudo, PESSOA.
Muito bonito seu texto. Adorei (que novidade!)!
Beijos aos 3.
Ká,
Excluirvocê, muito mais do que eu, sabe o quanto é difícil para despir o ser humano da deficiência que faz parte dele. Não despir no sentido de "descartar", mas no sentido de tornar a deficiência parte integrante de algo maior, que é o indivíduo que nasceu ou tornou-se deficiente. Para alguém que não tem deficiência (falo por mim, pelo menos) é um exercício constante não deixar que os preconceitos e ignorâncias à respeito da deficiência sobreponham as ações e reações que teríamos diante de uma pessoa sem deficiência alguma. Às vezes parece que o correto é tentar fingir que a deficiência é invisível. Em minha opinião, um esforço em vão. Então tenho optado por desmiuçar a deficiência das pessoas ao meu redor, observá-la com toda atenção, até que em algum momento aquilo se torne natural para os meus olhos e eu pare de agir artificialmente. É um exercício. Constante. Mas um dia fico bom nele. bj
Interessante sua reflexão sobre a exposição, mas se está te fazendo bem, sem afetar ninguém, que mal tem?
ResponderExcluirQuanto a ser especial ou não, creio que eles (todos os Antonios, Matheus - meu sobrinho e demais crianças que nos ajudam nesta reflexão sobre a vida) certamente tem tornado nossos dias e nossas vidas cada vez melhores, com experiências diferentes. Parabéns por mais uma excelente reflexão.
Obrigado Tima. Lembro de você comentar do Matheus há algum tempo. Como ele está?
ExcluirQue lindo a maneira que vc coloca as coisas.A vida fica parecendo tão mais fácil,em vez de desespero,no momento que alguém for ler teu texto,vai ver o quanto é fácil ser feliz!!bjss
ResponderExcluirAldrey, nós dois sabemos muito bem que fácil a vida não é para ninguém. Porém, LEVE ela pode ser. Depende da gente. bj
ExcluirFábio,
ResponderExcluirPosso me esconder de mim ? ... (Grande Sertão:veredas, pág. 439)
Guimarães Rosa nesta passagem grandiosa me mostra o rumo para responder a tua inquietação sobre exposição no blog: não, não podemos nos esconder de nós mesmos. A verdade real é aquela que brota de dentro de nós. E a tua vem neste blog recheada de alegrias e tristezas como a vida é, mas com um acréscimo, ela, a tua verdade, é tão boa, até nas tristezas que nos dá exemplos e rumos para enfrentarmos as nossas. É uma exposição sim, mas só constroi.
Sentiremos falta se tomares outro rumo.
Beijos
Mãe
Mãe, um corte da verdade, é preciso ressaltar. O que coloco aqui não é a totalidade da verdade, mas sim uma parte dela. E nem sei se posso chamar de verdade, mas sim de uma versão da verdade, já que muitas vezes as próprias pessoas que vivem as experiências junto comigo podem ter visões diferentes do mesmo fato. Por enquanto, continuarei por aqui. bj
ExcluirFabinho, pra falar a verdade esse texto não tem nada de especial. A não ser pela emoção contida em cada frase e por fazer tão bem a quem lê. Show de bola! E se você está expondo sua família? E quem não gosta de ir a uma exposição tão única e inspiradora como essa? Parabéns. Abs,
ResponderExcluirCristiano, tenho noção que boa parte dos amigos passam por aqui de vez em quando. Mas é sempre muito legal quando deixam algum comentário. São comentários com nada de especial, a não ser por me darem vontade de continuar a escrever. Abraço
ExcluirFábio, quando vc ler esse texto em um futuro próximo, saberá que esteve o tempo todo certo sobre escrever, expor suas "verdades".
ResponderExcluirParabéns e ao Antonio um grande beijo nas bochechas...
Caparroz, tendo a pensar assim também. Grande abraço
ExcluirFábio, muito legal seu blog, cara!
ResponderExcluirÉ difícil achar alguma palavra para comentar sua situação ou algo parecido.
Acho que tenho duas: fé e aceitação. Fé para acreditar que tudo tem um motivo na vida e aceitação para que você e sua família possam caminhar com muita paz e harmonia.
Em relação à expor seu filho ou não... Acho que você deve seguir seu coração, cara!
Por mais que às vezes nossa caminhada seja cheia de dúvidas, quando ouvimos nosso coração de forma sincera, é muito difícil errarmos.
Então, continue com isso!
Com certeza você inspira muita gente que lê este blog.
Justamente comecei a ler seu blog hoje com este post.
Curti muito. Parabéns!
Muitas felicidades e continue assim!
Grande abraço.
Obrigado, Marco. Bem-vindo ao blog. Espero que volte. Abraço
ExcluirFala, Fabião! O que interpretei da construção do teu texto, é que um filho não é especial por que tem alguma 'diferença superior' em relação a outras crianças. É especial no sentimento diferente que aquela criança desperta em você, pai ou mãe, do que qualquer outra criança pode despertar, afinal, vocês três vivem intensamente esse amor, refletido num simples banho. Afinal, é no seu filho que você tem a oportunidade de estabelecer esta troca e trazer à tona o melhor dos nossos sentimentos. Não com o filho do vizinho ou com (apesar do amor tb) com seu sobrinho. Entendi isso ou quis entender isso...hehehe... Ab! Da Vila
ResponderExcluirVocê não tem NENHUM problema de interpretação de texto, meu amigo. É isso mesmo que eu quis dizer. Especial para mim, sem precisar de razão especial alguma. Abraço
ExcluirComo não escrever um texto tão lindo? Como não deixar gravados esses sentimentos intensos? Quem sabe até para que um dia seu filho possa ler? Isso não é exposição, é AMOR! Parabéns, de novo! Lourdes Teixeira
ResponderExcluirObrigado Lourdes.
ExcluirQuerido Fabio, Te conheci criança com um sorriso lindo,e muito feliz, sinto que esta felicidade e este sorriso permanecem pois consegues em teus textos transmitir com uma naturalidade e profundidade impar. Deus não nos dá um fardo maior do que podemos suportar, mas sim um fardo que com certeza nos trará uma alegria e felicidade muito maior. Tenho certeza que um dia ainda terei o prazer de ler um livro teu onde poderei encontrar uma linda historia de amor que ajudará a humanidade a entender o verdadeiro sentido da vida. um beijo no coração
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